"...E as teias que vidram nas janelas

esperam um barco parecido com elas

Não tenho barqueiro nem hei-de remar

Procuro caminhos novos para andar



E É a pronúncia do Norte

Corre um rio para o mar..."


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vamos ajudar Lisboa, a cidade mais pobre de Portugal!



Durante as férias de Agosto, os Portuenses e por que não dizê-lo, até todos os portugueses, foram presenteados com uma notícia, cujo conteúdo não sendo uma novidade (em virtude de já terem acontecido no passado situações semelhantes), deixou muita gente incrédula e a pensar se não seria mais uma notícia própria da silly-season.

Infelizmente de silly, a notícia só tinha o conteúdo uma vez que a veracidade da mesma é indesmentível. De tão verdadeira que é, que sem grande surpresa da minha parte, mereceu um reduzidíssimo destaque na nossa pobre comunicação social, sempre pronta a prestar vassalagem aos interesses instalados na capital.

Que famigerada notícia é essa, estarão por certo a perguntar os leitores?

Sem mais demoras, segue-se o link para leitura ponderada da mesma pelos possíveis interessados.

Como se pode constatar da leitura atenta da notícia, foram desviados fundos das regiões mais pobres de Portugal (das quais infelizmente o Porto e o Norte fazem parte) para encher os bolsos, por natureza já a transbordar, de Lisboa. Correndo o risco de me repetir, e pedindo prévia desculpa por incorrer nessa falta, não me canso de afirmar que não é nada que não me surpreenda.

O histórico de constantes assaltos às regiões mais desfavorecidas do nosso burgo, vai-se sucedendo sem que grandes ondas sejam levantadas. Num simples exercício básico de informática, sugiro que o leitor experimente, no espaço de pesquisa de um qualquer motor de busca, colocar a expressão “desvio fundos Lisboa”. A proficuidade com que aparecem resultados associados a esse critério de pesquisa é assustadoramente elevada e reveladora da maneira de se governar e fazer política no nosso pequeno país à beira-mar plantado. Perante todas estas situações que vão sucedendo, urge voltar a repescar o tema da regionalização.

Desafortunadamente, todos nós sabemos o quão difícil essa missão se pode revelar, pois a vontade dos nossos políticos é, salvo honrosas excepções, evitar que se discuta esta matéria. A eventualidade de dividir o país em regiões administrativas apresenta-se aos olhos desses manhosos como factor destabilizador da coesão nacional.

Não podia ser uma opinião mais errada e desajustada, de acordo com o meu ponto de vista. Penso isso sim, que a existência de uma Regionalização, bem estruturada e aplicada, certamente iria funcionar como um precioso auxílio para evitar roubos como estes que constantemente são noticiados e dos quais, aparentemente, não existe ninguém a ser condenado (os verdadeiros condenados acabam por ser as pessoas da regiões mais empobrecidas, que, assistindo desesperadas à constante diminuição do seu poder de compra, são condenados a uma existência cada vez mais dura).

Para mal dos nossos pecados, enquanto a regionalização não for um facto consumado, iremos continuar a assistir a estes assaltos sectários, pois como todos nós sabemos, Lisboa é uma cidade muito pobre e o resto do País vive numa opulência capaz de causar inveja nos 4 cantos do Mundo.

1 comentário:

  1. Concordo em absoluto. Aliás, sobre este assunto escrevi isto http://doisolhares.blogs.sapo.pt/38292.html esta semana. Espero que ajude o debate.

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